Do 0 ao milhão - isso existe mesmo?

Edição #002 - Clube das Dondocas

Parece que todo mundo está avançando, menos eu…

É fim de tarde, 18:20 e você acabou sua jornada de trabalho do dia. Desaba no sofá sentindo o esgotamento chegar e a única coisa que deseja agora é fazer absolutamente NADA.

Abre o Instagram, vê a bolinha de stories daquela pessoa que acompanha todos os dias (nem sabe porquê, já que sempre se sente atrasada, “ela tem a vida perfeita”), clica e mergulha nos stories de 1, 2, 5 pessoas. De repente, meia hora se passou! "O que aconteceu? Já são 19:30? Meu Deus, tenho que jantar ainda."

Quando fecha o Instagram, você nem sabe o motivo, mas está se sentindo um pouco para baixo, uma certa tristeza sem motivo aparente, afinal algumas horas atrás estava tudo bem. É ela novamente: a comparação.

Inconscientemente, você começa a se perguntar se está fazendo algo de errado, porque pelos stories daquelas mulheres, você parece não ter saído do lugar.

“Acho que eu preciso comprar outro curso”
“Eu devia postar igual ela, os meus estão tão ruins”
“Ela fecha parcerias, acho que é isso que falta, amanhã vou começar a procurar também”

A sementinha da comparação germina e se transforma em um sentimento que talvez você conheça bem: a ansiedade.

Você sente pressa para crescer, quer sair do 0 ou dos R$3.000 por mês para os R$30.000 por mês em um único salto.
O problema disso? Frustração.

Segundo Rizzolatti, da Universidade de Parma, nosso cérebro não consegue diferenciar o que que assistimos da realidade. É tão visceral que sentimos o que vemos. A teoria do mimetismo explica por que nos assustamos em filmes de terror, choramos em cenas emocionantes ou nos comparamos ao ver o recorte de 1 minuto do story da fulana.

Isso significa que você precisa intencionalmente lembrar o seu cérebro de que aquilo que as pessoas mostram não é a realidade completa, é a parte boa.
E sinceramente? Quando se desenvolve essa maturidade, você para de criticar e passa a focar na sua vida, no seu negócio e no seu progresso.

"O sucesso do outro é um reflexo do que você também pode alcançar, não uma medida do seu valor."

E qual é a alternativa? É aí que mora a beleza do cérebro humano.
Mesmo quando há crenças e pensamentos enraizados, sempre podemos aprender novos caminhos e substituir crenças antigas por ideias novas e reais.

O seu pensamento não tem poder sobre suas ações ou sentimentos, a menos que você permita. Não estou dizendo que é um caminho fácil, na verdade é tão trabalhoso que existe uma abordagem na psicologia, a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) onde um dos conceitos é a Desfusão de pensamentos. É o trabalho de desassociar “quem você é” de “o que estou pensando”.

Imagine que enquanto você olha seu Instagram, um pensamento de comparação aparece: “A vida dela parece tão interessante no Instagram, enquanto a minha é tão monótona”. Esses pensamentos invasivos são como uma neblina que aparece e tampa todo o seu campo de visão.

Minutos atrás você estava admirando a beleza que há na simplicidade, nas flores desabrochadas, nas montanhas verdes e grandiosas, naquele ar fresco e céu claro e estava agradecida pelo que você tem.

Até a neblina chegar e cobrir seus olhos, a ponto de mudar toda a sua visão e começar a focar no que o outro tem. Você consegue imaginar situações em que isso acontece no seu dia a dia?

Na desfusão de pensamentos, nós trabalhamos a desassociação do que eu sou e sinto dos pensamentos que passam pela minha mente.
Ao invés de “Minha vida é tão monótona…”, pense que:
“Me veio um pensamento de que minha vida é monótona comparada a dela, mas eu amo minha rotina tranquila com minha família, não trocaria isso por 10 viagens no ano só para trabalhar”.

“Desafiar suas próprias crenças é como escalar uma montanha: árduo no início, mas com vistas incríveis no topo.”

Cortando caminhos

Todos já ouvimos que cortar caminhos é inteligente para chegar mais rápido ao destino, certo? Bom, isso vale para carros, não para sua vida.

Seu livro preferido foi escrito palavra por palavra, capítulo por capítulo. Como seria se em vez de escrever o que estava em sua mente e coração, o autor estivesse mais preocupado em imitar a trajetória de outros que já publicaram?

Bridgerton, a série da Netflix que fez tanto sucesso em 2024, não foi gravada em um dia. Levou meses, até anos considerando o tempo de escrita e publicação do livro, para gravar cada cena. A construção de cada cenário e figurino, a escolha de cada ator e personagem também demandou tempo, até finalmente chegar à sua tela.

Eu poderia ter lançado essa newsletter 4 meses atrás (em setembro, que foi o mês que eu tive a ideia de criá-la) e se eu quisesse cortar caminho para lançá-la mais rápido, antes que fulana ou ciclana que já possuem newsletter, eu poderia ter pedido para o ChatGPT escrever um texto sobre decisões que mudam a vida das pessoas e ele teria escrito um texto genérico, sem graça e sem personalidade. Eu teria “chegado antes”, mas perderia todo o prazer da jornada. 

Construir cada texto pensando em cada leitora, revivendo memórias da minha história, compartilhando desafios que vivi e superei e pensando em como poderia usá-los para incentivar cada uma de vocês.

Seja qual for o seu objetivo final:

  • Faturar mais de R$20.000 com seu consultório

  • Viver despreocupada com as contas no fim do mês

  • Dar uma vida melhor à sua família

Todos eles só acontecerão se você tiver sua vida e seus valores como foco central.

Escolher um método para seguir.
Escolher uma pessoa para se inspirar e aprender apenas com ela.
Decidir qual é a sua definição de sucesso e ser firme para não buscar automaticamente a definição do outro.

No livro “A Única Coisa” se fala do Efeito Compounding (Multiplicação dos efeitos), a ideia é que ao focar consistentemente na única coisa que mais importa, os resultados se acumulam ao longo do tempo, levando a grandes conquistas. 

Pequenos esforços diários são multiplicados à medida que o tempo passa.

Gary Keller - A Única Coisa

Escolher intencionalmente fazer um pouco por dia, te fará alcançar feitos inimagináveis. Você nem imagina o superpoder que uma pessoa disciplinada tem.

"Serei a melhor!" x “Eu serei melhor que ontem”

Com 14 anos, eu conheci uma senhora muito elegante, divertida e que estava sempre animada com a vida, ela se tornou cliente da minha mãe na loja que era gerente no Paraguai. Dona Celita já estava nos seus 80 anos, era dona do Acquamania em Foz do Iguaçu, junto com seu marido com quem era muito bem casada há muitos anos.

— “Menina, o segredo para viver mais feliz é aprender a amar o trajeto” — disse ela.

Que ensinamento mais sábio! Ela havia passado por inúmeros altos e baixos em sua vida, administrar um negócio (grandioso na época, era o primeiro parque aquático com hotel da cidade) e ainda ter um casamento feliz e uma família unida não era fácil em 2009. Mas Dona Celita aprendeu a gostar do desafio, se motivar com o incerto e encarar a realidade com bom ânimo.

Será que precisamos ser mais parecidas com a Dona Celita?

Nunca foi uma corrida externa

Você não está atrasada.
A comparação pode ser muito positiva se você aprender a desfrutar da jornada.
Será mesmo que você hoje, no início de 2025, não está nem um pouco melhor comparada à quem você foi no início de 2024? Eu aposto que teve muitas melhorias.

O seu valor como pessoa não está vinculado aos resultados que você tem. É um grande erro pensar que se você ganha mais dinheiro e seu negócio cresce, você é uma pessoa melhor e um profissional melhor. E se você não consegue ganhar mais, você é uma pessoa mediana.

É claro que faz parte da jornada da vida buscarmos ser cada dia melhores e forjar nosso caráter à imagem e semelhança dEle, mas isso não significa que você só terá valor após se tornar essa próxima versão.

É o mesmo que uma mãe que ama seu filho incondicionalmente por quem ele é. Ela se orgulha e se alegra quando ele faz coisas boas e se torna uma pessoa melhor, é óbvio, mas ela já o amava.

Quando você entende isso, sua vida profissional flui de uma maneira inexplicável e sua vida pessoal se encaixa porque tudo começa nEle e no entendimento da Verdade, da sua verdadeira identidade.

“Porque assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros, e esses membros não têm todos a mesma função, assim também em Cristo nós, embora muitos, formamos um corpo, e cada membro pertence a todos os outros”

Romanos 12: 4-5 NVI

Se eu pudesse te dar 3 conselhos para que esse ano seja inesquecível em sua vida, seriam:

  1. Dedique um tempo diário ao seu autoconhecimento: busque a verdade sobre sua identidade, perceba as crenças que você cresceu ouvindo e descubra quais as travas que têm te impedido de crescer;

  2. Comece seu dia com um momento devocional: não há nada mais poderoso do que começar o seu dia lembrando exatamente do seu verdadeiro propósito, isso te dá direção;

  3. Crie um Cartão da Progressão: a cada 3 meses você preenche com no mínimo 2 aspectos que você melhorou (ex.: leio 5 páginas a mais do que há 3 meses). Este cartão será como uma âncora para você sempre lembrar de se comparar apenas com a sua própria versão de meses atrás, não com o outro.

Cara leitora, grandes conquistas são construídas nos pequenos passos diários! Continue em frente!

Yours Truly,
Jé Shuwen.

Como você avalia a edição da newsletter hoje?

Sua avaliação é o combustível que me leva a escrever ainda melhor.

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

Inscreva-se gratuitamente na Newsletter Clube das Dondocas para mais conteúdos exclusivos ↓